Atores do pó na idade da pedra – uma etnografia urbana das drogas

Este livro foca-se na expressão urbana do fenómeno droga em alguns bairros da zona ocidental do Porto, nomeadamente no já demolido bairro do Aleixo, Pinheiro Torres e Pasteleira Velha. Partindo de uma metodologia etnográfica realizada entre dezembro de 2014 e março de 2018, o autor destaca ainda trajetórias de indivíduos que protagonizaram o fenómeno no início dos anos 90 e que tinham elevado protagonismo nesses territórios psicotrópicos. Orientado por uma visão simultaneamente comparada e evolutiva do fenómeno droga nesta zona da cidade, Atores do pó na idade da pedra – uma etnografia urbana das drogas visa atualizar os principais achados de terreno de uma pesquisa realizada no início dos anos 90 por Luís Fernandes: O sítio das drogas. A caracterização de alguns marcos evolutivos destes territórios, atores e comunidades ao longo do tempo reveste-se, por isso, de particular importância para a intervenção sociocomunitária realizada nestas zonas e comunidades.

Autor: Simão Mata

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2023 |  Preço: 12,5€ [14€  com 10% desconto]

Sobre a mudança. Justiça climática e transição ecológica no Século XXI

Este livro respeita aquilo que é uma bitola de seriedade em todas as obras que tenham como objetivo deslindar o intrincado novelo da crise global do ambiente e clima. Isso significa, primeiro, compreender com a exaustão máxima que o engenho humano permita, os grandes e pequenos detalhes, contradições e incertezas da tragédia coletiva que é o espaço e o tempo que todos habitamos, cuja gravidade deveria unir a humanidade inteira, na procura da sobrevivência comum em condições de justiça e dignidade. Em segundo lugar, a compreensão deve dar lugar a um passo ainda mais difícil: a prospeção das linhas de força do futuro, com os seus possíveis e as suas espessas zonas de sombra. Este ensaio realiza essas duas tarefas, incluindo a realidade portuguesa num contexto amplíssimo, procurando não deixar nada do que seja visível de fora da sua análise. (Viriato Soromenho-Marques, do prefácio).

Autor: Luís Fazendeiro

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2023 |  Preço: 13,5€ [15€  com 10% desconto]

Sindicalismo no Ensino Superior e na Investigação. João Cunha Serra uma vida em luta.

Este livro trata da história do sindicalismo no Ensino Superior e Investigação em Portugal desde a revolução de Abril de 1974 até aos dias de hoje. O seu eixo condutor é o percurso de luta do sindicalista João Cunha Serra.

Ao longo de quatro décadas, Cunha Serra esteve envolvido nos principais momentos de negociação, reivindicação e luta, no quadro da sua atividade no Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e na FENPROF. A presente obra reúne mais de meia centena de testemunhos de amigos, camaradas e companheiros. Contém, ainda, dois estudos sobre a história sindical, realizados, respetivamente, por Manuel Carlos Silva, e por João Pedro Santos e José Nuno Matos. Este é um livro fundamental para compreender o sindicalismo português e uma das suas principais figuras.

Coordenação: André Carmo

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2023 |  Preço: 11,5€ [13€  com 10% desconto]

Bourdieu na cidade. Desafios à teoria urbana.

Baseando-se em três décadas de investigação comparativa nos domínios da marginalidade, etnicidade e penalidade na metrópole pós- industrial, Loïc Wacquant propõe uma nova leitura
de Pierre Bourdieu enquanto teórico urbano. Wacquant convida-nos a explorar a cidade através
do que batizou como a trialéctica entre espaço simbólico (as categorias mentais através das quais percepcionamos e organizamos o mundo), espaço social (a distribuição de capital nas suas diferentes formas) e espaço físico (o ambiente construído).
De acordo com esta leitura, a sociologia topológica de Bourdieu dá-nos as ferramentas não apenas
para revigorar, mas também para desa ar o cânone dos estudos urbanos e para refazer a respectiva paisagem teórica. Compacto e incisivo, Bourdieu na Cidade será do interesse de estudantes e académicos nos domínios da sociologia, da antropologia, da geografia, dos estudos urbanos, do planeamento urbano, da arquitectura e da teoria social, bem como do conjunto de cientistas e humanistas interessados em dissecar e utilizar nos seus próprios trabalhos as teorias de Pierre Bourdieu.

Autor: Loïc Wacquant

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2023 |  Preço: 13,5€ [15€  com 10% desconto]

Samora Machel. Uma biografia.

Filho de pequenos agricultores, Samora Machel (1933-1986) tornou-se rapidamente uma das principais figuras da luta contra o colonialismo português em Moçambique. Membro destacado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), comandante militar vitorioso, conduziu o seu povo à independência, celebrada em 25 de Junho de 1975, sendo proclamado o  primeiro presidente da República Popular de Moçambique. Investigadores da história de Moçambique, os autores desta biografia, Allen e Barbara Isaacman, viveram muitas destas mudanças em Moçambique, nomeadamente no período após a independência.  Este livro, que junta recordações pessoais, pesquisa de arquivo e o resultado de um conjunto de entrevistas, analisa a trajetória de Machel: os primeiros anos de vida, a sua relação com a história africana, a sua politização em Maputo, quando se tornou enfermeiro, a fuga e envolvimento nas guerra de libertação com a Frelimo, o desejo partilhado com Eduardo Mondlane da formação de uma sociedade socialista e não racialista em Moçambique, a tomada do poder, as inúmeras conquistas do pós-independência, a guerra civil e o difícil contexto externo, mas também os conflitos internos, os diversos erros e as derivas autoritárias. Por fim, interpreta as circunstâncias  incertas, da sua morte, em 1986, quando o seu avião se despenhou, e a vida de Moçambique no período pós-Machel.  Este livro é feito por investigadores politicamente comprometidos mas que perfilham uma conhecida frase de Edward Said: “nunca a solidariedade antes da crítica”.  

Introdução aqui

Autores: Allen Isaacman e Barbara Isaacman

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2022 |  Preço: 13€ [14,5€  com 10% desconto]

Memórias de um caçador de lixo. A Mafalala e os bairros suburbanos de Maputo sob domínio colonial português.

As memórias de Celso Mussane sobre o último período da presença portuguesa na capital de Moçambique oferecem um relato cru da vida quotidana nos bairros suburbanos da cidade, nomeadamente da icónica Mafalala, onde viveu. Da periferia, Mussane conta uma experiência, em muitos aspetos comum à da maioria da população africana local, marcada pela violência, a exploração laboral, a discriminação racial e por carências económicas básicas.
A sua narrativa dialoga criticamente com representações contemporâneas deste passado, tanto as que em Moçambique submetem a história do subúrbio, e em especial da Mafalala, onde viveram Samora, Craveirinha e Eusébio, a uma narrativa centrada na resistência política e cultural, como as que a partir de Portugal insistem em retratar Maputo colonial como um paraíso moderno e harmonioso criado pelos europeus, e entretanto perdido.

Autor: Celso Mussane

Organização e apresentação: Mário Cumbe e Nuno Domingos

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2022 | Preço: 10€

Autoritarismos no Brasil: O olhar de dez realizadoras brasileiras contemporâneas

“Realizadoras brasileiras em tempos sombrios” poderia ser, evocando Hannah Arendt, um título alternativo deste livro de Lídia Mello. A sua força maior é, como assinala Susana de Sousa Dias, desvelar, através de entrevistas feitas pela autora, a sensibilidade e pensamento de dez realizadoras contemporâneas, que, através do cinema – o corpus abordado vai de 2011, de instituição da Comissão Nacional de Verdade, a 2019 –, abordam os autoritarismos no Brasil. Quando o direito à memória e verdade histórica é contrariado pela ascensão da extrema- -direita, e o cinema é espoliado de apoio e condicionado, publicar este livro é um gesto ético e político.

Em tempos sombrios, de recuo global da democracia, e de interrogação sobre o que, no Brasil, falhou para o autoritarismo ter retornado, interroguemos estas “imagens, apesar de tudo”. Fazê-lo imaginando e dando voz a um cinema político de resistência e questionação no feminino é duplamente preciso. (Maria do Carmo Piçarra).

Este livro traz um amplo olhar de dez cineastas brasileiras, de diferentes idades e regiões do Brasil, que entre 2011 e 2019, realizaram dez lmes políticos sobre a Ditadura Civil-Militar e o Autoritarismo dos anos recentes no país. São elas: Isa Grinspum Ferraz/Marighella (2011); Tata Amaral/Hoje (2013); Emília Silveira/Setenta (2013); Maria Clara Escobar/Os dias com ele (2014); Anita Leandro/ Retratos de identi cação (2014); Beth Formaggini/Pastor Cláudio (2018); Susanna Lira/Torre das donzelas (2018); Maria Augusta Ramos/O processo (2018); Flávia Castro/Deslembro (2018); e Petra Costa/Democracia em vertigem (2019).

Autora: Lídia Mello

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2022 | Preço: 12,5€ [14€ com 10% desconto]

Desafiar o género. O transgénero na literatura infantil

A diversidade de género ocupa um lugar cada vez mais relevante no espaço público, muitas vezes devido a controvérsias que sobem de tom quando se referem à identidade das crianças. Encarando o assunto com rigor e sem reservas, este livro é, acima de tudo, um desafio às conceções tradicionais e normativas de género, tendo como mote a análise das representações do transgénero na literatura infantil. Os livros para crianças têm o poder de reforçar normas sociais dominantes, naturalizando o que foi produzido pela história, como o género. De modo diverso, os livros aqui analisados procuram discutir esta construção, deixando em aberto o que muita literatura infantil procura encerrar. As suas histórias reproduzem os dilemas com que muitas crianças são confrontadas, oferecendo uma poderosa entrada para as suas vidas. Assim, mais do que um estudo situado dentro das fronteiras de um género literário, este livro dinamita as fronteiras desse outro género sociocultural, oferecendo um mapa pluridisciplinar da diversidade de género e do transgénero, que se manifestam, muitas vezes, já na primeira infância.

Autor: Emanuel Madalena

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa 

2022 | Preço: 15€ 13,5€

Paulo Freire centenário: um educador do mundo. Com inéditos em português de Paulo Freire

Este é um livro-homenagem a Paulo Freire, que assinala o seu centenário com a publicação de textos inéditos em Portugal, juntando escritos autobiográficos, debates e entrevistas. Freire tornou-se num educador do mundo pela ampla difusão de suas ideias filosóficas, de seu método pedagógico e de sua ação, primeiro no Brasil, depois no Chile, seguindo para países da América Latina, Estados Unidos, Europa, África, Ásia e Oceania. Em relevo estão momentos-chave da trajetória de Paulo Freire e o itinerário internacionalista de um pensamento cuja recepção por largos anos foi marcada pelo interdito, pela censura, por uma circulação clandestina e pelo exílio.

Organização: Adelaide Gonçalves, Débora Dias e Fernando de la Cuadra

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa 

2022 | Preço: 13€ 11,5€

Este país não existe. Textos contra ideias-feitas

2ª edição

Os textos reunidos neste livro foram todos publicados na edição portuguesa do Le Monde diplomatique. Quando solicitada aos autores a sua publicação no jornal não havia ainda a ideia de compor um volume com o formato que aqui apresentamos. Apenas no caso da parte dedicada à questão colonial os convites terão sido pensados com a ideia de constituir uma série. Para este livro dissemos aos autores que estávamos a preparar um volume sobre a cristalização de imagens, tanto no passado como na actualidade, sobre a natureza de Portugal.  Para esse efeito dividimos o volume em três partes. A primeira sobre o modo como se constrói o passado nacional, a segunda sobre o tempo colonial e a terceira sobre a construção da cultura popular.  Decidimos chamar ao livro Este País Não Existe, precisamente porque os textos presentes no livro permitem pensar o país de modo diferente do que interpretações que insistem no esquecimento de vivências e processos como também das dinâmicas actuais que contribuem para  a reprodução dessas visões. A organização deste volume e o sentido que lhe quisemos dar não se sobrepõem à singularidade dos textos e à visão dos autores.

Organização: Bruno Monteiro e Nuno Domingos

Autores: Alfredo Margarido, Ana Santos, Bruno Monteiro, Claúdia Castelo, Diogo Ramada Curto, Elsa Peralta, Inês Brasão, Irene Flunser Pimentel, Isabel Castro Henriques, João Leal, José Borges Reis, José Manuel Sobral, José Nuno Matos, Luís Bernardo, Manuela Ribeiro Sanches, Miguel Bandeira Jerónimo, Nuno Domingos, Paula Godinho, Pedro Sanches Duarte, Sílvia Correia e Victor Pereira.

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2022 | Preço: 10€ 8€ 

A produção do mundo. Problemas logísticos e sítios críticos.

A Produção do Mundo propõe a primeira reflexão crítica, em Portugal, sobre os temas da logística. Comummente ligada à gestão técnica da distribuição de mercadorias, a logística tornou-se num paradigma de governação no quadro do capitalismo contemporâneo. É à logística e aos seus algoritmos que cabe gerir a circulação de mercadorias, pessoas, energia e conhecimento. Infraestrutura fundamental do capitalismo, tem o poder de estruturar as nossas vidas de forma invisível e naturalizada. A logística coordena hoje a organização e exploração laboral, os fluxos de dados, os consumos globais, legitima desigualdades nacionais, étnicas e de género e afeta a produção artística. É sobre estes problemas que se debruça a primeira parte do livro. Na segunda, inscrevemos estas questões no terreno português: refletimos então sobre a gestão dos recursos hídricos, as transformações no sector industrial, os fluxos turísticos, o papel das plataformas digitais na organização quotidiana, nomeadamente nas cidades, e terminamos, invocando o tempo longo logístico, num regresso ao império colonial.

Organização: Andrea Pavoni e Franco Tomassoni

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2022 | Preço: 1412,6€

Os sujeitos do neoliberalismo

Este livro parte de uma definição ampla do neoliberalismo. Concebe-o enquanto doutrina económica, mas também como forma de engenharia social, ambas destinadas à formação de uma ordem de mercado. Mais do que analisar autores de referência, momentos fundacionais ou figuras memoráveis, esta obra trata das subjetividades criadas pelo neoliberalismo. Reunindo vários ensaios, cada um ocupado com um perfil social e laboral (do estafeta ao analista financeiro, passando pelo desempregado), esta obra analisa a constituição destes perfis e as consequências deste processo, em que se incluem as práticas que desafiam o projeto neoliberal.

Organização: Fernando Ampudia de Haro e José Nuno Matos

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa e Tigre de Papel

2021 | Preço: 13€ (10% de desconto para assinantes)

Dos sonhos e das imagens. A guerra de libertação na Guiné-Bissau

Durante os onze anos de guerra de libertação na Guiné-Bissau, diversos cineastas estrangeiros deslocaram-se às zonas libertadas para documentar como o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) desenvolvia uma ação militar eficaz contra o exército colonial português enquanto, simultaneamente, construía uma nova sociedade nas zonas libertadas, precursora da nação por vir. Circulando por diversos auditórios internacionais, estes filmes integraram a estratégia diplomática idealizada por Amílcar Cabral, essencial à captação de apoios políticos, militares e sociais. Partindo de uma extensa pesquisa etnográfica na tabanca de Unal, povoação estratégica para o PAIGC, este livro situa as representações históricas e políticas dos homens e mulheres que protagonizaram estes filmes, discutindo uma a pluralidade de perspetivas que questionam a uniformidade do projecto político que o PAIGC propunha implementar. Presta-se particular atenção à ampla arena da cosmologia política, capaz de activar inesperadas conjeturas de emancipação social e resistência.

Autora: Catarina Laranjeiro

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2021 | Preço: 1311,7€

Funaná, raça e masculinidade. Uma trajetória colonial e pós-colonial

O funaná é uma prática de música e dança que foi criada pela população camponesa da ilha cabo-verdiana de Santiago no período pós-escravatura do final do século XIX. Originado nas performances de tocadores de gaita e fero em sociabilidades familiares e comunitárias, foi proscrito por administradores e clérigos durante o período final do colonialismo português. Após a independência de Cabo Verde, o interesse de jovens músicos por esta história marginal motivou a criação de novas estéticas de música popular. Apesar de gradualmente aceite no quadro de uma cultura oficial crioula promovida pelo Estado, o funaná permaneceu uma prática icónica de uma masculinidade entendida enquanto “africana”. Este livro situa o funaná na história social e política colonial e pós-colonial. Questiona em particular de que modo este género de música e dança foi historicamente racializado e que legados deste processo persistem no presente.

Autor: Rui Cidra

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2021 | Preço: 14€ (10% de desconto para assinantes)

A vida social das coisas. Da Resistência à Liberdade.

Uma aproximação original à história da resistência e da clandestinidade e às consequências sobre os seus protagonistas durante a ditadura e o Estado Novo. Através das memórias das suas “coisas”, que narram na primeira pessoa tudo aquilo que testemunharam, perfila-se um período tão importante na história do nosso país.

Um conjunto de textos, ilustrações e áudios (acessíveis a partir dos códigos QR) dão vida a uma variada seleção de documentos históricos, honrando todos aqueles que lutaram pela liberdade.

Veja aqui a apresentação

Textos: Alberto Muñoz Céspedes
Ilustração:Tiago Albuquerque
Edição: Santillana
2021 | Preço: 11,95€ (10% de desconto para assinantes)

Os três D dos media. Desigualdade, desprofissionalização e desinformação

A Desigualdade, a Desprofissionalização e a Desinformação são hoje os males maiores do jornalismo. Estas forças comprometem o âmago da missão social e da orientação pública do jornalismo. A sua prevalência está a descaracterizar várias formas a profissão. A desigualdade afeta os discursos e as representações produzidos por jornalistas e redações e contamina a estrutura laboral, que se encontra cada vez mais vulnerável a pressões económicas e políticas. A desprofissionalização mina os valores éticos e sacrifica uma geração de jovens jornalistas, socializados em estágios que não integram e empurrados para situações de precariedade. A desinformação destrói um espaço público já fragilizado, corroendo a democracia.

Organização: José Nuno Matos, Filipa Subtil e Carla Baptista

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa


2021 | Preço: 10€ (10% de desconto para assinantes)

Outros Tons de Azul

A «poesia política» representada nesta antologia pode ser lamento e acusação ou sátira e ironia, mas nunca se fica pelas dicotomias simplistas da crítica ou louvor dos poderes, nem da simples tomada de posição face
aos «grandes acontecimentos» políticos do século. O que a poesia aqui reunida pode trazer está para além disso, ao documentar formas de intervenção e consciencialização políticas que, por serem poéticas, são as mais das vezes muito mais subtis, sem deixar de ser subversivas, fugindo quase sempre aos chavões da mera «poesia empenhada» ou do (por vezes também necessário) comprometimento ideológico-partidário. Como escreveu já em 1962 um poeta político como Hans Magnus Enzensberger, «o lado político da poesia tem de ser imanente à própria poesia». É isso que se ouve em grande parte dos poemas aqui reunidos, que documentam, quer tempos de acção e intervenção, quer tempos de espera na poesia alemã do século passado, numa grande diversidade de vozes e de pontos de vista poético-políticos.

Seleção, organização e versões: João Barrento

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa


2021 | Preço: 10€ (10% de desconto para assinantes)

A crise do jornalismo em Portugal


2ª edição

O jornalismo é uma actividade historicamente fracturada, indecidida, com origens e práticas diversas, enraizadas na história e na cultura. A crise que atravessa tem aspectos estruturais (modelos de negócio frágeis, promiscuidade com o poder político e económico), alguns dos quais decorrentes de uma história recente (perda de receitas publicitárias e de públicos; disrupção tecnológica e identitária).
A versão portuguesa da crise, analisada neste livro, intensifica factores como a desregulação das relações laborais, uma afasia crítica e reflexiva que se traduz na ausência de modelos alternativos de existência; desequilíbrio e distorção na representação de grupos e problemáticas sociais; perda de autonomia dos jornalistas; fortalecimento dos discursos hegemónicos em detrimento do pluralismo e da independência. É um quadro pouco esperançoso.
O conjunto de artigos aqui reunidos, da autoria de jornalistas, académicos e investigadores na área dos media, pretende contribuir para a inversão deste cenário. Porque a esperança se alimenta de um debate aberto e informado.

Organizadores: José Nuno Matos, Carla Baptista e Filipa Subtil

Autores: Carla Baptista, Carla Martins, Carlos Camponez, Filipa Subtil, Frederico Pinheiro, Jacinto Godinho, João Ramos de Almeida, Joaquim Fidalgo, José Castro Caldas, José Goulão, José Luís Garcia, José Nuno Matos, José Rebelo, Liliana Pacheco, Maria João Silveirinha, Pedro Cerejo, Sandra Monteiro, Sara Meireles Graça e Vasco Ribeiro.

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2021 (2ª edição) [2017] | Preço: 108€ e ebook: 5€ (10% de desconto para assinantes)

Recensão: Análise Social, 226, liii (1.º), 2018 por João Pissarra Esteves

(Des)controlo em Luanda: urbanismo, polícia e lazer nos musseques do Império

Os musseques – subúrbios precários de Luanda – ocuparam um lugar central na política colonial portuguesa, sobretudo durante a guerra colonial. Mas ainda se sabe pouco sobre o que aconteceu às gentes que o habitavam, flageladas por iniciativas de erradicação, de melhoramentos e de aterrorização policial. Este livro olha para o desenvolvimento dessa cintura periférica durante o período final do império, procurando perceber o papel das intervenções nas áreas do urbanismo e do lazer nas políticas de controlo repressivo e de contra-subversão. Qual o peso da repressão no desenvolvimento urbano da Luanda colonial?  

Leia a introdução aqui

Organização: Bernardo Pinto da Cruz

Autores: Bernardo Pinto da CruzNuno DomingosDiogo Ramada CurtoBernardo Pinto da CruzJuliana BossletMarcelo BittencourtPedro David Gomes

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa

2020 | Preço: 1411,2€

O Brasil contemporâneo e a democracia

Quatro anos após o golpe de 2016 que destituiu sem fundamento constitucional Dilma Roussef, seguido da eleição de Jair Bolsonaro para a presidência, paira sobre o Brasil uma expectativa diária de mais violência e barbárie. Avança-se a passos largos no projeto de criminalizarão dos movimentos sociais e no genocídio da população negra e indígena. Ainda não se sabe quanto já morreram em consequência desse agravamento social, económico e político, nem se mediu com exatidão o quanto as liberdades já foram cerceadas a cada dia. A velocidade dos acontecimentos atropela a urgência dos factos. Perante isto, mais do que reagir a cada novo escândalo, notícias de sensação, a caricatura da política, danças de ministérios ou afirmações escandalosas, conjecturas ou apenas formas de testar a opinião pública, o desafio maior é o de assumir uma narrativa própria, alternativa, justa, feita de verdade. Neste sentido, este livro propõe um conjunto de leituras críticas sobre a atualidade brasileira.

Organização: Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa: Débora Dias, João Luís Lisboa, Henrique Chaves, Lucas Augusto da Silva, Carlos Hortmann.

Autores: Ana Carolina C. Farias, Carlos Hortmann, Carlos Latuff, Cristina Pratas Cruzeiro, Débora Dias, Ermínia Maricato, Henrique Chaves, Inês Vieira, Isabel Araújo Branco, João Luís Lisboa, João Pedro Stédile, Lincoln Secco, Lucas Augusto da Silva, Marcelo Ribeiro Uchôa, Marcos da Veiga Kalil Filho, Michael Löwy, Miguel Enrique Stédile, Rui Braga, Thiago Ávila.

Edição: Outro Modo, Le Monde diplomatique – edição portuguesa
2020 | Preço: 129,6€em papel | 6€ ebook (10% de desconto para assinantes)